No dia 23 de setembro viemos para Tefé. Dentre as possibilidades para vir tínhamos ao menos 3. Avião, com custo aproximado de 500 reais, creio eu que seja um bimotor, e cuja viagem dura cerca de 2 horas. Barco, tipo um navio, que sobre o rio em aproximadamente 45 horas, onde pode-se comprar uma cabine, acho que por mais ou menos uns 300 ou 400 reais, ou levar a própria rede e pendurar em algum canto do barco, por algo em torno de 50 ou 80 reais. A terceira opção e a que escolhemos foi a lancha “ajato”, que chega em Tefé após 15 horas, com direito a almoço e TV à bordo.
Saímos de Manaus às 7 da manhã. Dormi quase que a viagem toda. Acordava de tempos em tempos para ver as maravilhas da paisagem amazônica nas margens do rio. A viagem foi mais ou menos confortável, o calor acaba sendo a parte mais desagradável. Imagine um ônibus, desses de excursão... é mais ou menos isso. As pessoas todas da região, muito simpáticas, puxando assunto, contando coisas, perguntando bastante. São todas muito menos desconfiadas do que no Rio, e mais dispostas a conversar. A comida na hora do almoço era uma caldeirada de peixe, bem apimentada, só para aumentar o calor!
O por do sol, magnífico, marcava a proximidade de nosso destino. Após longas horas, e muita floresta, chegávamos à uma pequena cidade. Já era noite e avistamos Tefé, e neste momento o coração bateu forte e apreensivo, pois estaríamos ali, relativamente isolados pelo próximo ano.
A lancha parou em uma espécie de porto flutuante, meio improvisada, onde várias pessoas aguardavam seus amigos e parentes. Um Major Médico nos aguardava para nos receber e dar as boas vindas. Deste “porto” à praia, uma tábua, algo bem improvisado, de causar impacto aos mais desavisados. Na praia, a areia branca e fina. Andamos até a rua asfaltada mais próxima, e fomos levados à casa do Major para um lanche, instruções e depois ao Hotel de Transito do Exército para pernoitarmos. O calor intenso foi então abrandado pelo ar condicionado do quarto do hotel, onde tivemos nossa merecida noite de sono.
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